quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Cidadão Boilesen


Henning Albert Boilesen foi um empresário dinamarquês radicado no Brasil, acusado por militantes de esquerda de ser um dos financiadores da Operação Bandeirante, de ensinar técnicas de tortura e de ser agente da CIA. Foi justiçado (assassinado sem direito a julgamento), em 15 de abril de 1971, na cidade de São Paulo. 

Henning Boilesen foi uma pessoa muito influente na indústria brasileira, durante a época da ditadura militar, tendo participado da fundação do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), foi presidente da Ultragás e do Rotary Clube. Também foi um dos primeiros grandes empresários a financiar o aparato político-militar brasileiro, que torturou e matou em São Paulo, por meio da Operação Bandeirante (OBAN), que viria a ser o embrião do modus operandi dos DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações-Coordenação de Defesa Interna). 

Boilesen foi executado a tiros, por militantes de duas organizações de esquerda, na manhã de 15 de abril de 1971, no bairro dos Jardins, em São Paulo. Seus executores dizem que o escolheram como exemplo para um justiçamento, acusando-o de ajudar no financiamento da repressão e de assistir a sessões de tortura de presos políticos. Dizem também que Boilesen gozava da intimidade dos agentes de segurança da OBAN e que haveria até um instrumento de tortura conhecida como Pianola Boilesen, em homenagem ao empresário, que trouxe do exterior, uma máquina de eletro-choque acionada por teclado.

O documentário Cidadão Boilesen de Chaim Litewski, montado por Pedro Asbeg, conta a história do empresário. O documentário afirma que Boilesen era um cidadão marcado pelas ambiguidades e paradoxos, típicos dos seres humanos. O filme vai até a Dinamarca, visita os arquivos de histórico escolar, da escola onde Boilesen estudou quando criança e adolescente, no início do século passado; além de entrevistar amigos, colaboradores civis e militares do empresário, seu filho mais velho, o cônsul americano em São Paulo na época dos acontecimentos e um dos militantes que participaram da morte do empresário. Contém ainda, depoimentos de figuras como o ex-Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo, Paulo Egídio Martins, do coronel Erasmo Dias e do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, entre outros personagens importantes da época. O filme debate fartamente o hábito do empresário de assistir as sessões de tortura, confirmado por testemunhos de militares e militantes da época.

Fonte: Wikipedia


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